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O crescimento da inadimplência deve criar um cenário de atenção nos próximos meses, analisa o sócio-consultor da GoOn, Breno Costa. “O crescimento da inadimplência é indiscutível. Todos os produtos pioraram, com exceção do imobiliário”, completa.

Entre os motivos para o resultado, Costa afirma que estão o aumento dos juros e do endividamento das famílias, entrada de novos consumidores no mercado de crédito e, finalmente, as medidas macroprudenciais, que foram agravantes para que esse ciclo ganhasse destaque no ano passado.

Segundo o especialista, no entanto, atribuir a culpa do crescimento da inadimplência a essas medidas não é uma explicação suficiente. “Vale um olhar mais profundo sobre o efeito que as mesmas trouxeram. Elas restringiram o crédito de longo prazo, o que afeta diretamente o crédito de veículos e o consignado. Ao afetar o consignado, a roda-viva do crédito foi desacelerada. Chama-se de roda-viva do crédito o famoso endividamento no cartão de crédito e no cheque especial, que são quitados quando o consumidor contrata um crédito pessoal de longo prazo e desta forma reestrutura sua dívida”, analisa.

Um dos fatos que prova essa tese, de acordo com Costa, é o crescimento expressivo das carteiras de cartão de crédito e de cheque especial, uma vez que os clientes não conseguiram um crédito de prazo mais longo e juros menores.

Futuro

Para Costa, a revogação de boa parte das medidas macroprudenciais trará a roda-viva do crédito de volta ao que tínhamos em 2010. “Dessa forma, a perspectiva de retorno do crescimento nos créditos consignados nos faz crer em uma trajetória de recuperação da inadimplência”, afirma.

Segundo Costa, essa deterioração da inadimplênca precisa ser relativizada, pois, “estávamos em patamares bastante baixos e essa deterioração trouxe de volta a inadimplência para seu patamar médio na última década”, finaliza.

Fonte: InfoMoney