Clientes trocam crédito caro por modalidades com juro menor
As pessoas físicas estão buscando um crédito mais longo e mais barato, avaliou nesta sexta-feira (24) o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. “As pessoas saem do cheque especial e do cartão rotativo, que é crédito mais caro, e buscam uma modalidade mais barata, que é o consignado”, afirmou.
Os dados da autoridade monetária comprovam a migração. Em 12 meses até abril, a busca pelo cheque especial de pessoas físicas registrou uma queda de 1,1%. A procura pelo crédito no cartão rotativo, por sua vez, que junto com o cheque especial é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, recuou 0,7%. Ao mesmo tempo, a alta do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento), que tem juros menores, foi de 18,9% em 12 meses até abril.
Segundo o Banco Central, o crédito bancário, como um todo, avançou 1,1% em abril e 16,4% em doze meses até o mês passado, o que mostra desaceleração, visto que, no ano terminado em março, havia avançado 16,7%.
O crédito com recursos livres (com juros pactuados nos bancos com os clientes) subiu 11,1% em 12 meses até abril, contra 12% no acumulado até março, enquanto que o crédito direcionado (habitacional, BNDES e rural) avançou 24,6% até abril.
“A perspectiva é de expansão. O crédito continua sendo um elemento importante associado ao crescimento da economia. Ao mesmo tempo, estruturalmente desde anos anteriores, já cresceu mais de 30% ao ano. Há uma moderação neste ano, o que é normal e salutar. Isso contribui para a sustentabilidade do crédito”, avaliou Tulio Maciel, do BC. Para 2013, o BC estima uma alta de 14% no crédito bancário, contra a expansão de 16,2% em 2012.
Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o crédito ofertado pelas instituições financeiras atingiu a marca de 54,1% em abril, contra 53,9% em março. A expectativa da autoridade monetária é de que o crédito bancário termine este ano em 55% do PIB.
Fonte: Globo – G1