Poupança e pós-fixados são favorecidos por alta do juro básico
Apesar do aumento da taxa Selic –o juro básico da economia– em 0,50 ponto percentual na semana passada, para 8% ao ano, os investimentos em renda fixa continuam com a rentabilidade comprometida.
Ao descontar o Imposto de Renda e a taxa de administração desse tipo de aplicação, poucas ganham da inflação.
O administrador de investimentos Fabio Colombo diz que, nesse cenário, os títulos pós-fixados oferecem menos riscos ao investidor.
Segundo a consultora financeira Marcia Dessen, a poupança e as LFTs (Letra Financeira do Tesouro) ficam mais atrativas com a Selic a 8% ao ano, já que o rendimento é atrelado à taxa.
Também ficam mais interessantes os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e os fundos DI. “Eles são atrelados à taxa DI, que costuma seguir a tendência da Selic, embora não o valor exato dela”, afirma.
As LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) nos bancos também são opções, afirma Mauro Halfeld, professor da UFPR. Ele cita também os fundos imobiliários. “Podem ter quedas moderadas nos próximos meses, mas são bons para investidores de longo prazo.”
Já a Bolsa é o ativo mais barato devido às recentes quedas, mas Colombo ressalta que é importante entrar gradualmente nesse mercado.
INFLAÇÃO
Do outro lado, perdem valor quando os juros sobem os títulos indexados à inflação (NTN-B), que rendem o IPCA (índice oficial) mais um cupom de juros, e os fundos que aplicam nesses papéis.
Esses investimentos têm uma relação inversa com a Selic. Ou seja, quando a taxa sobe, o preço do título cai.
Vale lembrar que isso afeta apenas quem precisa vender o título antes do vencimento. O investidor que fica com o papel até o final do período receberá o valor contratado quando o comprou.
São, portanto, investimentos de longo prazo, ressaltam os especialistas. “Para um projeto de aposentadoria, por exemplo”, diz Dessen.
Fonte: Folha de São Paulo