Cai o percentual de famílias catarinenses com dívidas de 92% para 89%
O percentual de famílias catarinenses com dívidas caiu de 92% para 89% de outubro para novembro. Acompanhando esse movimento, a parcela de famílias com contas em atraso também caiu 1%, passando de 22% para 21%. Porém, na comparação com novembro de 2010 houve um crescimento expressivo no número das famílias que possuíam dívidas, que na época era de apenas 48%, pelas facilidades de acesso ao crédito.
Os dados são da Pesquisa mensal realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio) e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Segundo a Fecomércio, entre os fatores que levaram a redução mensal está a piora nas condições de crédito da economia brasileira verificada desde julho devido às medidas prudenciais adotadas pelo Banco Central, quando o crédito passou a ficar mais caro desestimulando a aquisição de novas dívidas. Porém, como existe uma lacuna temporal entre a adoção das medidas e sua eficácia, o impacto das ações do governo somente foi percebido na segunda metade do ano.
Dívidas
A pesquisa revelou ainda que os que ganham mais estão com mais dívidas. Analisando o endividamento por faixa de renda, as famílias com renda superior a 10 salários mínimos estão mais endividadas (94%) do que as com rendimento inferior (88%). Quando o assunto é contas em atraso, 23,6% das famílias com renda menor estão inadimplentes, enquanto somente 11,7% das famílias com renda maior se apresentam na mesma situação. Entre os endividados, 36,4% afirmaram que terão condições de pagar totalmente suas dívidas, 30,9% que pagariam apenas uma destas e 30,9% não terão condições de pagá-las.
Os dados apurados também avaliaram o nível de endividamento das famílias que apresentou um retrocesso no mês de novembro. A parcela de famílias que se declararam muito endividadas caiu expressivamente de 49,2% para 43,7%. Segundo a Fecomércio, isto demonstra uma melhora na situação dos catarinenses. No entanto, na comparação anual o crescimento é elevado, já que em novembro do ano passado estes eram apenas 10,5%.
O cartão de crédito, apesar de ter apresentado leve queda mensal, continua sendo o principal agente do endividamento sendo responsável por 48,7% das dívidas dos catarinenses. Em segundo, terceiro e quarto lugar aparecem, respectivamente, os financiamentos de carros, os de casas e os carnês.
Tempo
Em relação ao tempo de comprometimento com as dívidas, a maioria dos catarinenses endividados (52,8%) tem dívidas de até três meses, 5,4% tem dívidas entre 3 e 6 meses, 5,6% entre 6 meses e 1 ano e 36% está endividado por pelo menos mais de um ano.
Na avaliação da Fecomércio, o levantamento leva a concluir que a qualidade das dívidas dos catarinenses é elevada, com o tempo médio de endividamento baixo e a parcela da renda comprometida com o pagamento de dívidas de apenas 26,8%. Da maneira como aparece, o endividamento catarinense não apresenta riscos de se transformar rapidamente em inadimplência, pelo contrário, existe espaço para que seja expandido, o que é relevante em período de festas de final de ano.
Fonte: Econimia SC