Cresce 9,8% inadimplência de empresa
A inadimplência das empresas cresceu 9,8% em novembro na comparação com outubro. De acordo com o indicador Serasa Experian de inadimplência das empresas é a segunda maior alta registrada em 2011 na variação mensal. Em março, mês histórico, o crescimento foi de 10,8% em relação a fevereiro. “Isso significa que o risco para emprestar a essas empresas aumentou”, comenta Carlos Henrique de Almeida assessor econômico da Serasa Experian.
MOTIVOS – De acordo com o especialista da Serasa, três acontecimentos neste ano impactaram negativamente nas finanças das companhias. O primeiro, diz ele, foi a inflação em alta. Com isso, os salários dos funcionários precisaram ser reajustados e o custo com a folha de pagamento subiu.
Depois, o capital de giro elevado. Isso porque com a alta da inadimplência e o aumento da Selic, de dezembro de 2010 até julho, as empresas ainda pagam juros caros para tomar empréstimo. Apesar do Banco Central ter reduzido a taxa básica de juros para 11% ao ano no fim de novembro, a mudança deve demorar para impactar no orçamento das pessoas jurídicas. “Mas se a alta da inadimplência continuar, por mais dois ou três meses, os juros para as linhas de crédito podem continuar sofrendo pressão para cima”, explica Almeida.
Por fim, ele lembra da inadimplência do consumidor, que gera perdas para as empresas que deixam de receber dos seus clientes.
Segundo Almeida, o início e o fim do ano são historicamente os períodos mais críticos para as companhias brasileiras, que têm seus custos alterados. Além do pagamento do 13° salário, há ainda as mercadorias que não foram comercializadas no Natal. A empresa precisará se desfazer delas, caso contrário terá prejuízos com os estoques parados. Portanto, a melhora do cenário deve ser vista em 2012. “O indicador mostra que a primeira queda na inadimplência está prevista para março”, comenta o especialista.
ANO – Na relação de novembro contra igual mês de 2010, a inadimplência dos negócios cresceu 32,5%. Na comparação entre janeiro a novembro em relação a 2010 a alta foi de 18,6%.
Fonte: Diário do Grande ABC