Em 50 anos é a maior inadimplência nos bancos espanhóis
Inadimplência de bancos espanhóis é a maior em 50 anos
Créditos podres atingem 165 bi de euros, representando 9,4% do total dos ativos
A inadimplência nos bancos espanhóis em junho atingiu o valor mais elevado em 50 anos: 9,42%. É o maior índice desde o início da série histórica do Banco da Espanha – o banco central espanhol – em janeiro de 1962. Em termos nominais, a taxa recorde equivale a 164,36 bilhões de euros de difícil recebimento.
Já são 15 meses seguidos de crescimento de alta da inadimplência. A alta de 9,42% em junho é nove vezes maior do que o nível registrado antes do estouro da crise global, em setembro de 2008. E também é oito vezes o patamar registrado antes da explosão da bolha imobiliária espanhola no fim de 2007
A divulgação dos dados do BC espanhol ocorrem pouco tempo depois de o governo anunciar, ainda que de forma indireta, que irá ao FMI, para tentar evitar a insolvência dos pagamentos da dívida pública.
A situação do sistema financeiro é ainda mais grave, porque o total de ativos podres ocorre em pleno aprofundamento da recessão, o que torna mais distante a possibilidade de os clientes quitarem seus débitos.
Além disso, a Espanha amarga o mais alto índice de desemprego da Zona do Euro, que atinge cerca de um quarto da população economicamente ativa e mais de 50% dos jovens
A Espanha já recorreu a empréstimo de 100 bilhões de euros da União Européia para tentar capitalizar os bancos. Como mostram os número do BC espanhol, sem sucesso.
O número de dívidas não pagas entre maio e junho cresceu 8,387 bilhões de euros é o segundo pior resultado da série história do Banco da Espanha. Apenas em julho de 2009 o crescimento do número de créditos podres entre um mês e outro fora maior, 9.346 bilhões de euros.
Antes, o maior rombo fora registrado em 1994, com a quebra do Banco Banesto, com um rombo de 3,66 bilhões de euros. A falência da instituição ocorreu na última recessão que o país enfrentara antes de 2009.
Fonte: Monitor Digital