Recuperação da economia brasileira cai em 20%
De janeiro a novembro deste ano foram registrados 27 pedidos na Justiça estadual, contra 34 no mesmo período do ano passado, segundo dados da Serasa Experian. As recuperações deferidas também tiveram redução, baixando de 32 no ano passado para 26 este ano, recuo de 18%.
Na análise do advogado Sérgio Hage, especialista em recuperação judicial, a baixa registrada este ano é motivada pelo bom momento econômico vivenciado no país e no Estado. Para ele, a recuperação é um instrumento importante para evitar o fechamento de empresas que passam por dificuldades financeiras, possibilitando o funcionamento delas enquanto negocia-se com os credores o pagamento das dívidas.
Uma empresa que tem o pedido de recuperação judicial deferido tem um prazo para apresentar o Plano de Recuperação, em que apontará as formas de pagamento dos credores trabalhistas, fornecedores e bancos. O plano é então apresentado aos credores e analisado em assembléia, quando serão negociadas as melhores condições para quem pagará e quem receberá. Depois de aprovado o plano, a empresa tem um prazo para efetuar os pagamentos.
Setor frigorífico de Mato Groso (abate de bovinos) é um dos que recorreu à recuperação judicial nos últimos 2 anos. Armando Biancardini Cândia, advogado da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), afirma que este ano apenas 2 grupos pediram recuperação. “Em 2009 e 2010 a situação foi pior. Atualmente 7 grupos estão em recuperação, comprometendo mais da metade do número de unidades de abate”, diz ao comentar que não sobraram muitos frigoríficos com boa situação financeira o que força os pecuaristas a venderem somente gado à vista.
No caso do setor frigorífico, Cândia afirma que a situação é preocupante porque a maioria dos frigoríficos que teve o plano aprovado fez apenas os primeiros pagamentos e os suspenderam posteriormente. Segundo ele, outros sequer começaram a pagar.
Ainda segundo o dados da Serasa Experian foram registrados 3 requerimentos de falências este ano, 1 a menos que no ano passado. Já as falências decretadas subiram 175%, saindo de 4 em 2010 para 11 este ano. Roberto Peron, presidente da Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat), afirma que apesar da alta o número é pouco significativo se comparado ao número de empresas ativas no Estado que soma 180 mil.
“Hoje com a alternativa da recuperação judicial, as empresas que pedem falência são motivadas por uma grave situação”, diz ao informar que no mundo globalizado de hoje, o planejamento do negócio é fundamental para mantê-lo no mercado.
Fonte: Cénario MT
